quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Falas-me tanto de coisas abertas
Como é mais leve e solto, e livre
Mas mais solto de quê?
Mais livre de quem? Mais leve como?


Dizes que agora vamos fazer tudo aquilo
que os homens sempre fizeram com prazer
Oh, sempre os homens. Eternamente os homens.

Hoje a imitar os homens, amiga minha

Continuam as mulheres a servir os seus interesses


E eu quero lá saber de coisas abertas
Tanta teoria pseudo-moderna libertadora

Eu quero é alguém que saiba sonhar, meu bem

Com vontade de criticar todo o mundo


Eu quero é alguém que saiba ouvir, escutar,

que me saiba olhar. E aos outros, sobretudo aos outros

E venha abraçar-me por inteiro todos os dias

Não só naqueles em que sei que é meu


Eu quero é alguém que saiba amar, meu amor
E queira resgatar as liberdades perdidas comigo

Tudo o resto sim, isso tudo que é sólido

Pode dissipar-se no ar

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