Falas-me tanto de coisas abertas
Como é mais leve e solto, e livre
Mas mais solto de quê?
Mais livre de quem? Mais leve como?
Dizes que agora vamos fazer tudo aquilo
que os homens sempre fizeram com prazer
Oh, sempre os homens. Eternamente os homens.
Hoje a imitar os homens, amiga minha
Continuam as mulheres a servir os seus interesses
E eu quero lá saber de coisas abertas
Tanta teoria pseudo-moderna libertadora
Eu quero é alguém que saiba sonhar, meu bem
Com vontade de criticar todo o mundo
Eu quero é alguém que saiba ouvir, escutar,
que me saiba olhar. E aos outros, sobretudo aos outros
E venha abraçar-me por inteiro todos os dias
Não só naqueles em que sei que é meu
Eu quero é alguém que saiba amar, meu amor
E queira resgatar as liberdades perdidas comigo
Tudo o resto sim, isso tudo que é sólido
Pode dissipar-se no ar
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