sábado, 5 de setembro de 2020

Se me sinto frustrada
Escrevo.
Se me urge a palavra
Escrevo.
Se me rasga a raiva
Escrevo.
Se me deixa irrequieta
Escrevo.
Se me custa a insónia
Escrevo.

E escrevo, mesmo que não tenha caderno
e se esgotaram todos os lápis na papelaria.
Escrevo numa factura do supermercado
com um marcador fluorescente amarelo.
Escrevo nos cartões verdes do metro
com as canetas do paraíso do fundo das malas.
Escrevo do antebraço ao fim da falange
com lápis de cor da criança do lugar ao lado.

É importante que o faça antes que 
 a palavra passe a minha paragem e
    deixe de haver sentido em ser eu a escrevê-la.

2 comentários: