Pés descalços correm entre o quarto e a cozinha
As gavetas estão eternamente entreabertas
Corpos nus estendidos sobre a cama após o banho
cobertos com um lençol lavado de branco
à espera que o creme se entranhe e a vida possa então começar
Há sempre sumo de laranja e água fresca
E nunca faltam mantas para combater até a brisa mais suave.
Livros empilhados de forma vaga, perdidos na falta de espaço, desordenados
Tal como todos os dias os quadros estão ligeiramente tortos
E os cantos foram todos ocupados pelo nosso excesso
Pés descalços correm, saltitam, dançam discretamente
Recusam a passividade do andar e rejeitam
a monotonia da sua própria existência. Como nós.
E agora?
Isto é genética ou herdei mesmo todas as tuas manias?
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