Persegue-me um sopro por dentro
Nasce devagar na pontinha dos pés
Percorre a minha perna ainda tímido
Trepa todas as raízes da minha espinha
Contorna vísceras, trespassa o diafragma
Ganha de repente velocidades vertiginosas
Só para chegar num frio súbito ao peito
e me fazer (en)rolar sobre mim.
Pensei que talvez a inexistência de ti.
Mas verdadeiramente não, só pode ser
Um sopro do medo ou da fúria.
Persegue-me um sopro
do medo de te perder
ou da fúria de me perder em ti.